terça-feira, 1 de junho de 2010

Cigano

Como sempre, deixo aqui um pouco de música para os olhos e ouvidos dos visitantes.

Outro dia estava revirando um arquivo pessoal da época em que fazia jornalismo cultural em Curitiba e achei uma pérola da world music.

Thierry Robin ou, simplismente, Titi Robin, como é chamado na França.

É um compositor francês, cigano, com um talento impressionante. Ele tem uma parceria musical com uma indiana chamada Gulabi Sapera. As composições são, como diria um amigo, puro mantra.

Thierry é um dos violonistas com maior habilidade que já vi tocar. A técnica é diferente, claro, de um Yamandú Costa, de um Garoto, de um Baden Powel (o Brasil é demais). O fato é que o cigano é fera. Já o vi tocando e tenho um vídeo do Rock'n Rio-Lisboa, mas, o que vou apresentar aqui é um dueto com a Gulabi em Jaipur, capital do Rajastão, terra natal dos ciganos.

Uma tradição incrível. Um fervilhão cultural.

Se quiserem pesquisar um pouco mais, tentem ouvir na internet a composição "La Petite Mer" do disco Gitans, de 1993. Melhor, corram encomendar esse disco. É sensacional. Foi o primeiro dele que conheci. Ainda bem que ouvi bastante antes de ter sido roubado. Pelo menos, o afanador de cds tem bom gosto.

Tradução: Gitan significa cigano, em francês. Não deixem de ouvir.

Detalhe: Na jam franco-indiana, dá pra ver o Thierry pedindo para o percussionista dar um tempo no batuque para que o solo de violão deixe de ser solo e se torne num duo com a dança da cigana. Um brinde à vida.

No site oficial do cigano vocês conseguem ouvir La Petite Mer. Aqui, um vídeo clandestino absolutamente genial direto do Jaipur.

Paix.

2 comentários:

Ju disse...

Muito legal!!!
A gente não sabe mesmo o que acontece por aí.

Marco Antonio Zanfra disse...

Quando criança, eu tinha medo dos ciganos. Até hoje, talvez por esse medo ancestral, sinto um certo incômodo inexplicável com as artes ciganas. Não nego a qualidade, mas não consigo me deleitar. Fico com a impressão de que vou ser tragado para um turbilhão qualquer para as profundezas de sei lá onde... Freud explica?