sábado, 8 de maio de 2010

Fui pra Croácia e voltei

Visitei um site da Croácia à procura de um vídeo. Queria encontrar alguma gravação sobre a morte do jogador Goran Tunjic, de 32 anos, durante uma partida de futebol.

Não seria apenas mais um vídeo sobre parada cardíaca de um atleta jogando futebol. Sería "o" vídeo.

Jednostavno srušio (simplismente ruiu) disse um colega sobre a morte de Goran. Mas a peculiaridade está no pós-morte. Ao invés de ver a luz, o jogador viu um baita cartão amarelo. Como o lance da queda foi dentro da área, o árbitro achou que fosse armação e, ao vê-lo caído, tascou o cartão.

O morto foi pras bandas dos desencarnados com um cartão amarelo. Pode? Pode.

Bom, voltando aos eixos textuais. Não achei o vídeo. Suspeito que eles não transmitem muito futebol por lá e os equipamentos eletrônicos que gravam ainda não estão popularizados. Se fosse aqui no Brasil, com certeza teriamos as imagens. Com essa história de bola cheia e bola murcha todo mundo grava. Até eu.

Mas, fuçando no sítio dos prijatelji crotatas (amigos croatas), achei outra coisa. Uma notícia sobre o futebol brazuca. Sensacional essa globalização. Apaixonante. Mesmo sem saber como se coloca uma vírgula em croata, senti como se tivesse navegando no esporte brasileiro.

A manchete deles era a seguinte: Samo u Brazilu (Somente no Brasil) que vinha acompanhada dessa foto:
Quando lí a tradução "somente no Brasil" deduzi que só no Brasil se encontra uma bunda dessas. Como não conheço todo o resto do mundo - e em Ciudad Del Leste, no Paraguai, a gente não tem tempo pra olhar para o lado - acredito que sim, que é só no Brasil, mas, a notícia deles não era essa. Era outra.

Eles falavam de futebol. Contavam a história de um gol do jogador Diogo, do Palmeiras B, pela terceira divisão do Paulistão. O craque-porco fez dois gols e empatou o jogo contra a Juventus na famosa Rua Javari. O curioso é que o goleiro palmeirense foi expulso e Diogo teve que assumir o lugar do arqueiro. Numa saída de bola, ele, o Diogo, deu um chutão, marcou o gol e virou o jogo. 3 x 2 Palmeiras B. Com o resultado o Verdão foi pra segunda divisão. Bela história.



Trocando em miúdos. Eu, que iria escrever sobre o infartado, mudei de idéia. Resolvi dar destaque à proximidade que temos com os prijatelji crotatas. Hoje, se eu encontrasse um croata num boteco, teria assunto para várias saideiras. A dificuldade seria o idioma. Teria que repetir algumas vezes a palavra zdravlje! - Saúde!
Tente repetir. A pronúncia melhora muito depois da terceira garrafa.
zdravlje!
Lá na croácia, ninguém vai tirar sarro porque você está arrastando a língua.
zdravlje!

9 comentários:

Kadinho disse...

Palavrinha dificil né ohhh
Saude é bem mais facil. hahaha
abraço galera!!!

Vanessa disse...

Se olhar para o lado com mais atenção, lá no Paraguai também tem...rssss

Franco disse...

Que texto bacana!!!
Deu até vontade de assistir a um futebolzinho na Croácia. kkkkk

Papov disse...

Hrvatska ne ide na Svjetsko prvenstvo, ali je on! (A Croácia não vai à Copa, mas tá ligada!). Esse ano não teremos o time da "purina" em campo, mas nem por isso eles deixaram de acompamhar o futebol. Vejam que se interessam até na A-3 do Paulistão. Se o jogo do infarto-amarelado fosse na 1ª o 2ª divisão de lá, talvez você achasse o vídeo, amigo. Mas me parece que foi na 4ª divisão, aí fica difícil mesmo. Здоровье все!(Saúde a todos, em bom russo)

Fabiano Marques disse...

Salve Yelmo Papov! Meu amigo brasirusso. O rei da vodka de beterraba. hahahaha
Temos que levar o Thadeu Schmidt pra lá. Assim eles gravam até a várzea.
Obrigado pela sua contribuição vermelha.
Abraço

Marco Antonio Zanfra disse...

A história do cartão amarelo post mortem é realmente ótima. Fico imaginando se o pobre jogador não estava "pendurado", acabou tomando o terceiro e foi à eternidade suspenso para a próxima partida...

Helck Souza disse...

Começar uma outra vida com cartão amarelo, não deve ser fácil...
Quanto a bunda, creio que encontraremos em todo o mundo mas exposta assim, vulgarmente, só aqui.
Agora, para finalizar, para falar de futebol, não precisamos falar a mesma língua. É um mundo que tem linguagem própria e com a bola no pé todos se entendem.
Abraços...

JZ disse...

O texto é tão bom que eu nem percebi mudar de assunto. Quanto a só encontrar exemplares desse bumbum (será que dá para usar esse substantivo delicado?) aqui no Brasil, lhe garanto que já o vi em outros lugares. Ah, e o juiz poderia ter dado o cartão vermelho de uma vez, né? No pobre do defunto e também no bumbum da moçoila!

AC disse...

Ôpa! cartão vermelho pra moçoila nãããão!