quinta-feira, 1 de julho de 2010

Saindo do forno

O mercado editorial lança mais um livro sobre um catarinense ilustre:
Roberto Alves - Dás um banho.
Os que gostam, vão continuar gostando, e os que não gostam, podem começar a gostar.

O livro foi escrito por outro distinto: o professor, jornalista e pertinaz Paulo Brito.

Ainda bem que ele teimou e escreveu esse livro.
Aliás, fez birra com a vida lá atrás, em 1968, quando começou a estudar comunicação na PUC de Porto Alegre.

Na época, o Nilson Cardoso, fotógrafo e cinegrafista do Palácio do Governo, o aconselhou:
- Não faz isto! Olha tu o amanhã!(Apontando para si mesmo) E completou: “Vai estudar medicina, engenharia ou vai morar em Lages”.
Você morando em Lages, Brito? Para né ô!

Enfim, são muitos os personagens deste post. Temos aqui o banner, que é uma reprodução da capa do livro e o prefácio, assinado pelo jornalista e escritor Mário Pereira.

Ele é a cara de Florianópolis. A sua vida confunde-se com a da cidade onde nasceu e construiu uma história singular e toda sua. Ele tem o jeito de ser e de viver da Ilha dita da Magia, um “mané” medular, condição que ostenta com indisfarçável orgulho, como se condecoração fosse.
O menino nascido na Maternidade Carlos Corrêa, na Avenida Hercílio Luz, coração da Capital, cresceu soltando pipas e disputando “peladas”, pés descalços, no Campo do Manejo, ou onde encontrasse espaço e parceria para tanto.
Enquanto corria atrás da bola, embalava seus sonhos, e o maior de todos era, um dia, se transformar em craque do futebol, daqueles que sacudiam estádios e levavam torcidas ao delírio.
À noite, em casa, grudava-se ao rádio “capelinha”, entronizado na sala e, de olhos abertos, sonhava e galopava pelo mundo na garupa das ondas do rádio, que era a televisão daqueles tempos idos e vividos, quando a vida na pacata cidade escorria devagar e gentil, enquanto mundo rugia lá fora.
O rádio, outra paixão do menino que homem se fez, sempre identificado, entranhadamente, com a terra da sua bem-querença e a sua gente.
Roberto Alves, quem não o conhece ou sabe dele nesta Florianópolis da alma e nesta Santa Catarina do coração?
Afinal, multimídia, ele “invade” nossas casas, todos os dias, seja a bordo da TV, do rádio, ou do jornal. Se não conseguiu concretizar o sonho de ser um craque dos estádios, ele se transformou num verdadeiro “artilheiro” da crônica esportiva, a ela adicionando o melhor tempero da terra catarina.
Sete décadas de amigos, de comunicação, e de sonhos.
Pois aquele menino que, outrora, descalço, corria atrás da bola, ferindo os pés em ínvios gramados cheios de pedras e rosetas, aqui está de corpo inteiro neste “Dás Um Banho” – Roberto Alves, o rádio, o futebol e a cidade.
Paulo Brito, também jornalista, comentarista esportivo de ponta e, de quebra, respeitado professor do Curso de Jornalismo da UFSC, nos apresenta uma biografia _ escrita em estilo direto, de impecável talhe e saborosa fruição _ tão singular quanto singular é o seu biografado,
Uma vida, e muitas lições de vida; uma cidade, e muitas histórias.
Pesquisa da Câmara Brasileiro do Livro revela que as biografias estão em alta nas prateleiras das livrarias, o que pode ser conferido, também, nas listas dos livros mais vendidos no país. Creio ser esta uma resposta do leitor aos modismos estruturalistas, que tentam apagar o homem como sujeito da história.
Disto resulta um tipo de ficção chata e indigesta, que abandonou o enredo e a fabulação e deu as costas para a arte da narrativa, a arte de contar uma boa história com começo, meio e fim. Biografias e autobiografias, cuja essência é a narrativa, estão ocupando este espaço cada vez mais negligenciado.
Há outra razão para tanto, Repito o que escrevi certa feita: “A biografia atende a uma necessidade do leitor, que busca relações e exemplos em outras vidas. Cada vida é única na soma das suas experiências. Daí o encanto do gênero, que recupera uma vida na sua unicidade, garimpando os pormenores que fazem com que um homem ou uma mulher sejam diferentes de todos os outros, embora imersos na mesma humanidade e envolvidos no mesmo drama da Salvação”.
Eis aqui, de saborosa e gratificante leitura, a biografia do nosso Roberto Alves dedilhada com talento e arte por Paulo Brito, que também resgata capítulos importantes da história da cidade, do esporte e das comunicações.

5 comentários:

Carlos disse...

Tá, mas, no livro eu vou saber se ele é avaiano ou alvinegro?
Istepô!

Anônimo disse...

Que se pode dizer mais:
Show de Bola! És um monstro!
Realmente nós que o conhecemos pessoalmente podemos contemplar a grande figura que é Roberto Alves.
Esse livro vem a coroar um reinado.

Abs
Iahn

Marco Antonio Zanfra disse...

Só vou ao lançamento se, numa mesinha ao lado, estiver sendo lançado ao mesmo tempo um livrinho de bolso sobre Miguel Livramento!

Anônimo disse...

Gostaria de fazer uma observação:Tudo começou com nossa colega Georgia Borin.Parabéns ao homenageado e também a Paulo Brito.Abraço!

Anônimo disse...

Não sei o que fiz mais fui eu que postei o comentário anônimo,