Sonhei não. Tive pesadelo. Como não bastasse ter que ouvir as tais vuvuzelas, agora, só ouço falar sobre a bola da copa. Sem censura ao chavão, a desprestigiada é a bola da vez.
Virou adjetivo. Num jogo de futebol entre adolescentes, quando um moleque erra a jogada, deixa de ser um perdido em campo. Agora é chamado de Jabulani. No trânsito, um motorista perdido é um Jabulani.
Isso porque, quando a pelota em questão é chutada, faz desvios que deixam os boleiros perdidinhos da silva.
Resolvi escrever esse post para exorcisar esse nome: Jabulani, que significa celebrar na língua Bantu isiZulu. Celebremos, como um enterro.
Parece piada. Agora, 11h18min AM, aos dezoito 18 minutos do jogo Espanha X Suiça, um close na bola, e a observação do narrador Luis Roberto: "Essa aí é a Jabulani."
Pergunto: Será que alguém ainda não sabe o nome da bola?
Ela virou estrela. Até o Cid Moreira, acostumado a dar interpretações soturnas sobre vários temas, gravou uma vinheta. Pronuncie dando ênfase no segundo "a": Jabulaaaaaaaaaaaaani. Novamente. Agora tente imitar o vozeirão do Cid: Jabulaaaaaaaaaaaaani. Isso gruda.
A Adidas, que deve ter costurado essa bola em alguma cadeia de um país subdesenvilvido, está melindrada. O Kaká - atleta da Adidas - teve que beijá-la diante das lentes das câmeras. Ontem, na entrevista do Dunga após o jogo do Brasil, lá estava a Jabu, pra quem ainda não tinha visto. Exibida.
Imagine se começam a falar mal de produtos de outros patrocinadores. Da Seara - teríamos uma linguíça na hora da entrevista; do McDonalds - teríamos um sanduíche. Nesse caso, de isopor.
Também resolveram falar, mal e bem, do casaco que o Dunga usou na estréia da copa. Uma peça feita pelo estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch. Será que teremos uma arara de casacos na próxima entrevista?
Podem esperar uma avalanche de notícias sobre o assunto. Fashion, chique ou, para um Jabulani em moda como eu, uma gandola da guarda imperial reestilizada.
4 comentários:
O tabelião do cartório da cidade de Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte, se recusou a registrar uma criança com o nome de "Jabulani", a bola oficial da Copa do Mundo. Ana Maria dos Santos, de 28 anos, procurou o cartório junto com a bebê na última sexta-feira, dia 11 e o tabelião se recusou a fazer a certidão do nascimento. A mãe está revoltada, diz que acha um absurdo, pois tem o direito de dar à filha o nome que eu quiser. Ela disse ainda que vai deixar a menina sem nome até que encontre um cartório que aceite o que a família escolheu. O pai, Alexandre Santos da Silva, disse que resolveu batizar a filha de “Jabulani” porque ela é gordinha “como uma bola" e, segundo ele, todo mundo na cidade já está chamando a bebê de Jabulaninha.
Os donos de cartórios temem uma explosão do nome Jabulani, pois se até o quadro "Bola Murcha e Bola Cheia" será chamado "Jabulani Cheia e Jabulani Murcha" até o fim da Copa. O tabelião justifica dizendo que um dia os pais acabam se arrependendo e quem sofre é quem foi registrado com o nome, disse o funcionário do cartório Pacheco Gomes, que foi batizado com esse nome em homenagem ao personagem Pacheco, da Copa de 1982.
Olha a origem da Jabulani!!!
http://rubenspatruni.blogspot.com/
A melhor está no DC de hoje: diz que faz tanto frio na África do Sul que o Roberto Alves foi ao banheiro e, ao procurar a vuvuzela, encontrou somente as jabulanis.
A coisa pegou mesmo. No jornal Hora de Santa Catarina, edição desta quarta-feira, foi publicada uma entrevista com a Jabulani.
O assunto abordado foi a estréia da seleção brasileira.
Foram nove perguntas. Uma delas:
- Jabulani, do que você se arrepende?
A resposta: Não ter sido agarrada pelo Júlio César. Azar dele, gol da Coréia.
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